"Odio los viajes y los exploradores"
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Nas terças sempre tenho uma sensação de eternidade que só termina quando chegam as quintas. Hoje pensei na viagem de Lévi-Strauss, os antropocacos parafrasenado a los actores cuando dicen que alguien 'se fue de gira', dicen que 'Claude se fue a hacer trabajo de campo, esperamos que no lo piquen muchos mosquitos'. Espero eu alcançá-lo nessa eternidade que só dura de um pra dois dias e que me faz ser tudo que já existiu de gente até aqui. Sigo pasmada com as palavras do antropólogo, num deslocamento linguístico que me confundem referências de latinidade com sensibilidade antropológica, imaginando a última década dos dias desse homem e seu embaraçamento por continuar vivo
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..................................................................2005. Estamos en un mundo al que yo ya no pertenezco. El que yo he conecido, el que he amado, tenía 1.500 millones habitantes. El mundo actual tiene 6.000 millones de humanos. Ya no es el mío.
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.............................................................. Montaigne dice que la vejez nos disminuye cada día de tal manera que cuando surge la muerte se lleva nada más que la cuarta parte o la mitad de un hombre. Montaigne murió a los 59 años y, sin duda alguna, no podía tener idea de la vejez extrema en la cual me encuentro hoy. En esta edad avanzada, que yo no pensaba alcanzar, y que constituye una de las sorpresas más curiosas de mi existencia, tengo el sentimiento de ser como um holograma quebrado. Este holograma ya no tiene su unidad entera y, sin embargo, como en cualquier holograma, la parte que queda conserva una imagen y una representación completa del todo.
Hoy en día, hay un yo real, que ya no es más que la cuarta parte o la mitad de un hombre, y un yo virtual que conserva una idea aún del todo viva. El yo virtual monta un proyecto de libro, empieza a organizar los capítulos y le dice al yo real: 'A ti te toca continuar'. Y el yo real, que ya no puede más, le dice al yo virtual: 'Es asunto tuyo. Sólo tú ves la totalidad.' Por ahora, así sigue mi vida en este muy extraño diálogo.
(abril 1999, Mis.90.años)
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minha ancestralidade cigana
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O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos. (...)
Em março os ciganos voltaram. Desta vez traziam um óculos de alcance e uma lupa do tamanho de um tambor, que exibiram como a última descoberta do judeus de Amsterdam. Sentaram uma cigana num extremo da aldeia e instalaram o óculo de alcance na entrada da tenda. Mediante o pagamento de cinco reais, o povo se aproximava do óculo e via a cigana ao alcance da mão. "A ciência eliminou as distâncias", apregoava Melquíades. "Dentro em pouco o homem poderá ver o que acontece em qualquer lugar da terra, sem sair de sua casa." Num meio-dia ardente, fizeram uma assombrosa demonstração com a lupa gigantesca: puseram um montão de capim seco na metade da rua e atearam fogo nele pela concentração dos raios solares.
(Gabriel García Márquez, Cem anos de solidão - 1967)
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invenções do eu
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Minha mãe, contava que nasci em 24 de maio de 1979, mesmo dia de Santa Sara Kali - a Negra. Nasci em local incerto, provavelmente em um garimpo na região das Piteiras no município de Coromancel/MG. Garimpeiro que foi meu pai, aprendi forte relação com os rios e a desejar o mar. No entanto, prefiro os rios limpos, sem mercúrio. Minha mãe, advinha e vidente que era me despertou a desconfiança para com todos os tipos de crença. Nunca me esquecerei da luz do sol refletindo sobre as panelas areadas por ela e penduradas nas armações da barraca de lona. Um dia, acordei e parti, assumi o sentimento já existente e fui caminhar chegando à região dos Bálcãs. Mantive o hábito da oralidade como forma de me criar e comunicar. Ainda na infância me interessei pelos processos de degustação dos alimentos, adorava comer lentamente e perceber o quanto de saliva minhas glândulas produziam para determinados tipos de sabores e texturas. Ultimamente, minha curiosidade por comida se configurou num fazer etnográfico impregnado de sensorialidade, saboreando a vida alimentar dos outros. Por isso, nas noites quentes, percorro a vizinhança buscando por cozinhas com janelas e portas abertas, de modo que eu possa observar os acontecimentos de trás de alguma árvore. No último inverno, enquanto assava legumes, eu folheava livros de botânica ao redor do forno quente. Sou Katina. Gosto de ouvir "tudo, tudo, tudo" do Caetano, bebendo suco de salsa com pinga de arroz, vez em quando adocicado com polpa pegajosa de mama cadela.

Um comentário:

ana reis disse...

hj descobri q aquela árvore florida de amarelo na ufu, conhecida como chuva de ouro, tem o nome original de acacia imperial.