ontem a noite, descia as escadas para buscar um copo d'água. nos olhos, a imagem dos tecidos dos vestidos de Pina.
algo do movimento de descer escadas me fez pensar nessa coisa de referências pessoais. como se eu quisesse fazer algo como uma geografia dos sentidos e códigos sensíveis.
na volta do trajeto colchão-escadas-cozinha me veio o esclarecimento através de uma curiosidade.

será que Pina Bausch já comeu pamonha?

não sinto nada, na linguagem criada por ela, que se aproxime da textura da palha que envolve a massa de milho ou das várias mulheres vendedoras de pamonha aqui do interior do goyaz.
os sentimentos transformados em movimento nos trabalhos daquela artista, me parecem de um outro lugar, que não é o do corte da espiga do descabelar a espiga do ralar a espiga do cozinhar sua massa do envolvê-la com palha e de todo o movimento que faço quando tenho uma pamonha em meu prato.







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