ludmila tá aqui e caminhamos falando, falando, falando
cada sonho não realizado é um vazio
silêncio enfiado entre o coração e o estômago
entre o pulmão e o rim
e quando o sonho é aquilo... putz!
haja arroz com feijão pra preencher
é preciso silenciar pra não botar os bofes pra fora e acabar com tudo
ou seja, com o tal do si próprio
guardar o silêncio e mentalizar o carboidrato
vigiar
não escrever
não dizer
não pensar
porque senão, vai ter que abrir o bocão e engolir tudo de volta
aquele monte de abstrato que incha tudo
eca!
uma carta é antes de tudo pra quem escreve
usando uma imagem do arnaldo
é uma ponte que devolve sempre ao mesmo lado
concordaria com você quando dissesse
(eu sempre sei o que você diria das coisas)
que o amor é uma carta
devolve sempre ao mesmo lado
o problema é que isso é filosofia
isso é coisa de gente inteligente
e o amor não é pra gente inteligente
o amor é para amantes e pronto
(o herói-hesitante)
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